Amargurado o canto preso em minha garganta
Que não sai em forma de notas
Mas desce com a saliva áspera
Em meio ao escuro e o clarear.
Lascívia ávida, o meu penumbrar.
A lentidão do tique taque nos corredores
Me traz remotos pavores
Que há tanto eu não queria buscar.
Busco pela teimosia
E anseio pelo pouco de dor
Que esse amor irá causar.
Passa a dor e o amor fica
Fica com essa ausência de tudo que é esse nada
Quando não tenho o sabor do seu olhar.
Tenho fome de ti, fome de seus olhos famintos
Olhar de lobo ao luar.